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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Terra (In)cógnita: novos estudos sobre São José do Rio Preto

Terra (In)cógnita: novos estudos sobre São José do Rio Preto

Terra (In)cógnita: novos estudos sobre São José do Rio Preto




Release



O livro Terra (In)cógnita: novos estudos sobre São José do Rio Preto é uma coletânea que reuni artigos que abordam a cidade em perspectiva histórica. Tais textos resultaram de pesquisas científicas e foram escritos por historiadores, sociólogos, geógrafos, economistas e arquitetos, todos vinculados, como professores ou estudantes, aos programas de pós-graduação de conceituadas universidades brasileiras. As pesquisas apresentam análises de documentos históricos inéditos (jornais, álbuns, fotografias, manuais de conduta e outros), abordagem metodológica inovadora em seus campos; e ainda temáticas pouco exploradas nos estudos históricos sobre Rio Preto (meio ambiente, civilidade, movimento estudantil, planejamento urbano, história dos intelectuais, exclusão social etc). Reunir profissionais de diferentes instituições e áreas do conhecimento para discutir um tema central – a cidade de São José do Rio Preto – resultou num painel crítico, atualizado e diversificado sobre a história regional. Por isso, acreditamos que a relevância desse projeto reside em demonstrar como se pesquisa Rio Preto e para que se pesquisa Rio Preto nos dias atuais. A obra também conta com ilustração de capa de Orlando Fuzinelle e prefácio de Antonio Celso Ferreira, coordenador do CEDEM/UNESP. E recebeu o apoio da FAPERP.

Conheça os organizadores do livro:

Celso Carvalho Jr.

É historiador e mestre em História do Brasil (Unesp/Assis), além de doutorando, nesta mesma instituição, na área de História Cultural. É professor do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (Unifeb).

Marcelo Lapuente Mahl

Historiador, mestre e doutor em História do Brasil (Unesp/Assis). É professor adjunto do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia, MG. Organizou o livro Letras e identidades: São Paulo no século XX, capital e interior (Ed. Annablume).

Raquel Discini de Campos

É historiadora, mestre e doutora em História da Educação (Unesp/Araraquara). Atua como professora na graduação e no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia, MG. Publicou os livros, A “princesa do sertão” na modernidade republicana: urbanidade e educação na Rio Preto dos anos de 1920 (Ed. Annablume) e Mulheres e crianças na imprensa paulista: educação e história (Ed. Unesp).

Lançamento do livro:

Local: Sesc Rio Preto (Av. Francisco de Chagas Oliveira, nº 1333)

Data: 14/10/2011

Horário: 19h 30min

Contato:

Celso de Carvalho Jr. E-mail: celsocj@yahoo.com.br

Marcelo Lapuente Mahl E-mail: marcelolapuente@uol.com.br

Raquel Discini de Campos E-mail: raqueldiscini@uol.com.br

sexta-feira, 15 de julho de 2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Política e cotidiano: 50 anos da renúncia de Jânio Quadros

Em 1961, Jânio Quadros solicitou aos assessores que abrissem os portões de sua residência, na Vila Maria, para se despedir dos vizinhos. 
Seguindo o protocolo, o presidente eleito permaneceu de pé e os recebeu ao centro da sala. Dona Eloá, a esposa, ficou mais ao lado chorando a partida para a nova capital brasileira, recentemente transferida para Brasília. Com toda a cena acompanhada pela imprensa, como era costume do futuro presidente desde os tempos de vereador, declarou ao final que levava São Paulo no coração, assim como a Vila Maria e seus vizinhos. Logo após, partiu para o Aeroporto de Congonhas e em seguida, para a diplomação e a posse presidencial. 
Professor desconcertante, já como presidente, quebrou o protocolo na recepção que ofereceu na noite da posse, no Palácio da Alvorada. Segundo nota distribuída pelo Itamaraty, o uso de smoking, traje obrigatório para a ocasião, se tornava opcional a fim de que não houvesse nenhum impedimento para que todos os 1.500 convidados participassem do jantar. 
A ação janista frente ao governo brasileiro durou sete meses e terminou com sua renúncia em 25 de agosto de 1961. O editorial de um jornal de grande circulação anotou: “a renúncia do presidente da República, com efeito, era hipótese que de nenhum modo se cogitava e o impacto que ela causou na opinião pública tem, por isso mesmo, efeitos desastrosos”. 
De fato o assunto tomou conta das ruas e o futuro se mostraria de crise. Nas praças mais movimentadas dos bairros, paradas e terminais de ônibus de São Paulo os populares tentavam especular a motivação da renúncia e bastava uma declaração contra Jânio para que frente ao tumulto causado, fosse necessária a intervenção da polícia. 
Na Praça da Sé, estudantes faziam comícios em favor do renunciante e um telegrama do Centro Acadêmico XI de Agosto enviado para Brasília solicitava que o presidente permanecesse no cargo. Três mil agentes do DOPS acompanharam as movimentações nas ruas paulistanas. No Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, o ponta de lança dos ataques ao presidente, solicitou quinhentos policiais para sua segurança. Enquanto isso a Embaixada dos EUA, a sede do jornal Tribuna da Imprensa e a agência de publicidade de O Globo eram apedrejadas. 
Em Teresina e Maceió estudantes e populares também realizaram comícios de apoio a Jânio e repudio ao governador Carlos Lacerda. 
No entanto, com o cair da noite, o país voltou à mesma calma tumultuada do dia anterior e Ranieri Mazzilli, então presidente da Câmara Federal, já havia assumido a presidência da República, depois de breve apreciação da renúncia de Jânio, recebida no início da tarde e aceita rapidamente pelo Poder Legislativo. 
João Goulart, o vice, estava na China e os militares brasileiros imediatamente vetaram o seu retorno ao Brasil. Acusado de estar comprometido com o comunismo, só assumiu a sucessão após ter de aceitar uma fórmula improvisada de parlamentarismo. 
Durante a solução da crise constitucional, Jânio Quadros e sua esposa partiram para a Europa. No Brasil permaneceram os blindados que, barulhentos, cruzavam a Avenida São João em direção ao quartel do Parque Dom Pedro, em São Paulo. 
O caminho, a partir de então, estava aberto para as sucessivas crises que culminaram no golpe civil-militar de 1964 e obscureceu o país pelas duas décadas seguintes. 

André Luiz R. R. Mattos 
Professor Especialista de Sociologia e mestrando em História